Black

Continuação do capítulo anterior

A vontade que me deu foi de xingar, mas me contive...

O céu foi ficando escuro e relâmpagos incendiavam as nuvens quebrando o breu que se formara.

--Hiram. eu não pedi isso...

Uma ventania começou a arrancar os telhados, as pessoas começaram a correr, outras a segurar-se pois o vento arrastava tudo. Olhei para a direita e senti que daquela direção emanava um a força obscura, maligna.

-- Nem pensar mocinha! Você não sabe o que está lá... - Claus apareceu em meu campo de visão gritando.

-- Não importa!!!! É melhor resolver do que deixar tudo se transformar em cinzas e pó! - comecei a correr.

-- Espere - uma voz forte me fez para - vou contigo! - Hiram se pôs ao meu lado e principiamos a correr na direção daquela energia densa.

As pessoas gritavam desesperadas por meu nome, senti uma força crescendo em meu interior que me fazia correr cada vez mais rápido, forçando Hiram a me acompanhar.

Parei subitamente ao ver o que estava criando aquele terror: algo esquelético, sem músculos, usando uma túnica negra em chamas. A visão daquilo movendo os dedos finos e longos no ar, como se estivesse regendo uma orquestra, me fez tremer de indignação.

Hiram tentou me segurar, mas seu esforço foi inútil: me aproximei da fera que me olhou nos olhos... não tinha olhos, apenas dois pontos escuros simbolizando terror. Em segundos, senti as mãos daquele ser estranho em volta do meu pescoço e automaticamente segurei em torno do seu pescoço também.

-- Morre P-E-S-T-E!!!!!!!!!!!!!!! - gritei com o resto do ar que havia em meus pulmões.

To be continued

Black

Continuação do capítulo V

Fechei os olhos e me concentrei...

O caminhão passou violentamente por nós e foi como se não houvesse ninguém no local. Vimos tudo o que tinha por dentro do veículo antes dele terminar de passar.

As pessoas não acreditaram no que tinham visto. Como eu explicaria aquilo???

Um grito me assustou... a mãe da criança passou or todos desesperada e a abraçou. Fiquei olhando e procurei me retirar sem que ninguém percebesse...

-- Foi ela!!!! - Alguém gritou.

Tentei correr, mas foi inútil a tentativa! Me chamaram de SANTA, FEITICEIRA... arrancaram minha jaqueta fora e a vi ser destruída em mil pedaços por que todos a queriam.

Hiram me tirou do local rapidamente.

-- Enlouqueceram Hiram!!! Estão pensando que sou um ser divino!!!!

Hiram apenas riu.

-- Você nem liga hein??? - eu estava seriamente aborrecida.

-- Você não percebeu o que fez? Você atravessou um caminhão e acha que estas pessoas vão achar normal...

Ele estava certo.

-- Me encrenquei não??? - eu estava cansada da maratona.

-- Só um pouco... amanhã você verá os efeitos desse salvamento! - ele deu as costas e entrou em casa.

Realmente... o dia seguinte se transformou num inferno: me escondi no quarto pelo simples fato da minha porta estar lotada de pessoas que pediam curas. Seria difícil escapar desta... ou não?

Olhei para o anel: poderia fazer as pessoas esquecerem o que ocorrera!

O que aconteceu em seguida não me ajudou em nada!!!

To be continued.

Black

Capítulo V

Sinceramente, a minha paciência estava no limite.

Faz uma semana que estou estudando os assusntos da Faculdade e Magias. Hiram é um bom professor, mas eu não presto atenção ao que ele fala.

Estou um pouco triste com o que vem acontecendo - eu estava sentindo cansaço mental por causa de um grupo de insetos que me atacaram no comércio quando sai de uma loja - não queria, não queria mesmo...

-- Não queria o que? - Hiram perguntou-me sondando minha mente.

Pensei bem antes de responder:

-- Isso! - mostrei o anel que adornava meu polegar.

-- Você ainda está chatiada com seu destino???

-- Destino não, castigo e daqueles bem pesados! - levantei e respirei fundo.

Ele nada me disse. Permaneceu sentado, rabiscando numa folha.

-- Não quero que Claus passe por tudo isso...

-- Mesmo que você não quisese você iria manifestar seus dons...

-- Mesmo sem o anel? - minha dúvida era ridícula.

-- Está no seu sangue Vick...

Hiram parou bruscamente de rabiscar e o lápis quebrou violentamente entre seus dedos.

-- O que houve... - iniciei, mas senti um arrepio.

Disparei pela porta ao sentir um cheiro estranho. O ar estava pesado, sinal de que a noite não seria calma.

-- Conseguiu ver algo? - Hiram perguntou ao meu ouvido.

-- Infelizmente não consegui ver nada! - senti o sangue latejar nas veias.

Comecei a caminhar seguindo o rastro de energias negativas que impregnavam o ar, senti-me como um cão policial farejando pistas.

Crianças brincavam animadamente em frente ao posto de gasolina quando um caminhão veio descendo no sentido Alagoinhas. De início achei normal, mas em segundos a atmosfera ficou "carregada" e percebi que o caminhão estava fora de controle. Uma garotinha não vira ainda o caminhão e seria projetada ao longe por ele.

Por instinto, corri o mais rápido que pude e abracei a menina no meio da pista. O caminhão avançava cada vez mais - eu via tudo lentamente...

-- Feche os olhos, vai ficar tudo bem... - murmurei para a criança.

To be continued

Black

Continuação do capítulo anterior

Eu e Hiram saímos correndo para ver o que estava acontecendo. Com o propósito de assustar a cidade, destruíram a prefeitura. Tudo que restou foi uma imensa nuvem de poeira enfeitando a paisagem.

Respirei fundo e senti o ódio pisando em meu coração.

-- Vou enfrentar isso logo de uma vez... não suporto mais...

-- É mais complicado do que você pensa Vick! - Hiram respirou fundo - Eles estão apenas dando demonstrações de poder...

-- Eles estão me aborrecendo e ameaçando o bem estar do povo...

Respirei fundo e segui atrás da multidão que corria para ver o estrago. Eu estava triste: e se alguém estivesse lá dentro? Eles não tem amor ao próximo e podem a qualquer momento fazer mal diretamente aos habitantes daquele local para me subordinar.

Claus me abraçou... nem havia notado que meu irmão estava ao meu lado. Precisava fazer alguma coisa, mas era tanta coisa vagando pela minha mente que eu não sabia o que fazer!

"Pense positivo, confie em você e verás que há solução para tudo!" Hiram invadiu minha mente.

"Diante de coisas que fogem ao meu entendimento, como poderia pensar positivo? Seres mitológicos, bestas, feras de 2 metros... isso é anormal!"

"Isso é realidade a ser modificada aos olhos daqueles que acredita que há poder maior que as forças malignas!"

Parei por um momento.

-- Que foi mana? Ela está bem Black??? - Claus perguntou preocupado.

Black sorriu e respondeu:

-- Está tudo bem Claus, sua irmã só está cumprindo com o dever que lhe foi imposto...

-- Só não imagino como vou resolver esse "dever imposto" - sinceramente, eu ainda estava aborrecida.

O Anel em meu polegar chamou minha atenção: brilhava intensamente e escondi a mão no bolso para ninguém notar. Uma força dominou todo meu ser de forma revigorante e respirei fundo sentindo uma alívio indescritível.

"Tenho a sensação de que posso fazer quase tudo... só queria poder adivinhar os passos dos planos maléficos para destruir o caminho por onde eles querem passar."

Eu ainda não sabia o que era desespero e muito menos poder absoluto, mas estava prestes a descobrir... Hiram sorriu discretamente e focou o olhar em algo... talvez no futuro...

Karoline